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Weronica Cardoso
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O transexualismo é considerado um distúrbio extremo de identidade de gênero e requer um diagnóstico preciso feito por equipe multiprofissional em centros de atendimento especializado ou em ambulatórios de distúrbios da sexualidade, composta por endocrinologista, psiquiatra, cirurgião e psicólogo, entre outros profissionais.
Os pacientes portadores da Disforia de Gênero ou Transexualidade não aceitam o seu corpo por possuírem uma identidade de gênero oposta ao seu sexo de nascimento. Os homens transexuais se identificam com o gênero feminino e as mulheres transexuais se identificam com o gênero masculino. A prevalência é em torno de 1 para cada 30.000 meninos e menor para as meninas, de 1 para cada 100.000, embora esta diferença esteja diminuindo gradativamente a nível mundial. A transexualidade verdadeira surge desde a infância e permanece como desejo irreconciliável de pertencer ao gênero oposto até a fase adulta, quando o paciente pode optar por um tratamento para a adequação do sexo. O tratamento médico da Disforia de Gênero visa adequar o corpo à identidade feminina ou masculina do paciente, através da terapia hormonal e de redesignação de sexo através da cirurgia genital e outras que complementam os caracteres sexuais secundários. O transexual homem para mulher assume uma identidade feminina em todos os seus comportamentos, reações e desejos, não suportando em seu corpo o que o identifique como homem, a começar pelo nome próprio e pelo desejo de mudar inclusive o seu padrão de voz. O transexual mulher para homem vive as mesmas questões, ou seja, quer livrar-se das características femininas para viver livremente a sua identidade masculina, com todos os padrões de comportamento que lhe são atribuídos social e culturalmente. As causas deste distúrbio ainda não foram cientificamente determinadas. Em geral, o transexual tem uma vida sexual empobrecida pela dificuldade de obter prazer com o corpo que ele tanto rejeita, não gosta de sentir prazer com os seus genitais e não gosta que outra pessoa demonstre desejo sexual por eles. Suas escolhas sexuais podem ser homo ou heterosexuais. Os pacientes com disforia de gênero podem apresentar distúrbios psíquicos associados como neuroses, transtornos depressivos, transtornos de ansiedade ou psicoses. Daí a importância de um diagnóstico correto e condução adequada dos tratamentos médicos e psicoterápico, já que as questões de ordem psíquica são determinantes do desejo de transformação completa do corpo e as intervenções médico-cirúrgicas são de natureza irreversível. De qualquer forma, todo indivíduo transexual é levado a enfrentar altos níveis de depressão, angústia, dúvida, frustração, medo e ansiedade vivenciando permanentemente uma desarmonia entre o corpo e as atitudes próprias do gênero oposto, sentindo-se um estranho vivendo dentro de um corpo impróprio. As dificuldades de adaptação do paciente transexual podem transformar o distúrbio de gênero em uma questão central, essencial e determinante de outros problemas surgindo dificuldades e inibições no relacionamento familiar, afetivo, sexual, social e profissional. A vida do paciente transexual pode sofrer uma grande paralisação pela falta de suporte e estrutura afetivo-emocional, já que em todos os seus contatos humanos precisa deparar-se com questões ligadas à identidade de gênero, sendo enormes os desafios principalmente se o paciente ainda não se relaciona bem com a sua própria condição ou se ainda idealiza uma transformação física e sexual completa e perfeita. A psicoterapia psicanalítica representa um recurso importante para o paciente transexual no sentido de ajudá-lo a compreender e facilitar a elaboração psíquica dos aspectos mais difíceis e conflitivos da personalidade. Os conflitos inconscientes iniciam-se na infância e acumulam-se ao longo do tempo como uma falta de sintonia corpo /mente desencadeando uma dissociação entre fantasia e realidade, levando o paciente a conviver de forma solitária com seus conflitos e sofrimentos. O paciente transexual apresenta dificuldades de expressar as suas dúvidas quanto às questões de gênero desde o início, sentindo uma postura de rejeição e negação dos seus conflitos por parte da família e dos familiares dos amigos da escola, especialmente na puberdade e adolescência. O isolamento crescente do paciente favorece o desenvolvimento de uma vida mental perturbada por ideais distantes da realidade, o que reforça a possibilidade de construir uma auto-imagem distorcida e rebaixada, dificultando ainda mais a sua integração corpo/mente e integração psicossocial. O tratamento psicoterápico deve ser iniciado logo que as dúvidas sobre gênero se instalam e o apoio terapêutico à família visa facilitar uma atitude de aceitação da problemática para uma condução adequada de tratamento e manutenção da qualidade de vida afetiva, intelectual e de relacionamento do paciente transexual.
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